CALIXCOCA
Prefeitura de SP planeja investir em vacina anticrack e anticocaína
Uma parceria com a UFMG, que produz o medicamento, foi firmada. A Calixcoca é capaz de gerar anticorpos no organismo

A prefeitura de São Paulo vai investir quatro milhões de reais em vacina que trata a dependência de crack e cocaína. Uma parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que produz o medicamento, foi firmada. A Calixcoca é capaz de gerar anticorpos anticocaína no organismo. De acordo com a prefeitura, o imunizante que trata a dependência em crack e cocaína pode reduzir o impacto das drogas na capital paulista, principalmente na área da Cracolândia.
O apoio da administração municipal para produção do novo imunizante foi disponibilizado após reunião na sede da prefeitura, realizada na manhã desta última quinta-feira (1º), entre o professor e pesquisador da UFMG, Frederico Garcia, responsável pela pesquisa da vacina que combate à dependência ao crack e à cocaína, e a equipe da Prefeitura responsável por dar o andamento ao processo: os secretários municipais da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, e de Governo, Edson Aparecido, o chefe de gabinete da gestão municipal, Vitor Sampaio, e o coordenador da Vigilância em Saúde, Luiz Artur Caldeira.
A vacina, desenvolvida na UFMG, já se mostrou capaz de bloquear o efeito das substâncias ativas das drogas na fase pré-clínica de testes com ratos, e com recursos do município de São Paulo poderá ampliar sua aplicação para humanos. Nos testes realizados, os anticorpos produzidos pela Calixcoca criaram, a partir de uma molécula sintética, uma barreira que impediu que a cocaína fosse levada pelo sangue para o sistema nervoso central e o cérebro, interrompendo o mecanismo que provoca a compulsão pela droga.
Na próxima etapa das pesquisas, viabilizada pela Secretaria municipal da Saúde responsável pelo Programa Municipal de Imunizações (PMI), será avaliada, conforme o progresso dos estudos, a aplicação do imunizante em grupos elegíveis, incluindo os dependentes químicos em fase de recuperação. A vacina, indicada ao prêmio Euro, que reconhece a inovação de profissionais latino-americanos em medicina, também poderá ajudar no tratamento da dependência em outras drogas.
Se bem-sucedida, poderá ser determinante para o tratamento efetivo de dependentes de crack e cocaína que, segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), respondem por 11% da dependência química no Brasil. “Será, entre outros avanços científicos, um movimento para recuperação psicossocial e reintegração de dependentes químicos à sociedade”, diz o secretário Luiz Carlos Zamarco.