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Tempo é arte!

COLUNA: TEMPO É ARTE!

Muito prazer, sou Luciana!

Tempo é arte! 14/03/2023 - 7:50 Atualizada em 15/03/2023 - 13:32

		Muito prazer, sou Luciana!
Obra de Lautrec. Imagem: Reprodução

Salve, salve!

Andei pensando sobre o que escrever, para compartilhar com vocês, nobres e gentis leitores.


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Ainda sei pouco sobre quem me lê a distância, então pensei, preciso me apresentar melhor.

Quem é essa que vos escreve?

Antes de nascer, minha mãe grávida escolheu o nome de Fabiana para mim e era esse o nome no enxoval que ela bordava delicadamente.

Meu pai não tendo prestado muita atenção ao fato, resolveu na hora de fazer a certidão, que sua filha chamaria Luciana e assim, eis me aqui então.

Não sei se rebordaram o enxoval, vou até perguntar.

Agora que já sabem um detalhe importante sobre minha chegada ao mundo, quero saber mais sobre vocês.

De onde são?

O que fazem?

O que o tempo e a arte representam para cada um de vocês?

Mandem inbox pelo Instagram @ludiask que é super prático para nos conectarmos.

Feito isso, pensei em contar também como desde pequena queria transformar o mundo, e no auge dos meus 4, 5 anos de idade a vontade começou a crescer.

Afoita em ser a primeira em algo, já que perdia na corrida, no ping pong, na amarelinha e também no bambolê, resolvi que seria inteligente (como se isso fosse uma decisão).

Talvez pelo uso de óculos e aparelho, mais as botas ortopédicas, eu não era exatamente muito encantadora para os padrões de beleza da época, então ser inteligente parecia uma bela, uma ótima escolha.

Para tanto, teria que prestar atenção ao mundo ao redor e ser a primeira a descobrir alguma coisa incrível ou fazer algo genial.

Além de chutar com mini kichutes os meninos que jogavam bola com meu irmão mais velho, não achava nada em que fosse realmente exemplar.

Assim, estudei dança, teatro, canto, fui expulsa da aula de violão, tentei judô, queria, mas não conseguia tocar piano, perdia nas aulas de xadrez e uma única vez, talvez por exaustão, ganhei uma medalha de terceiro lugar em salto a distância nas Olimpíadas do Colégio.

Podia listar muitas desventuras em série seguidas aqui, mas não quero me gabar.

Certa nessa fase que meus amigos seriam os cachorros, só eles me entendiam, passei a dar abrigo na minha cama quentinha, aos do nosso quintal, depois que todos iam dormir. Frequentemente era descoberta por minha mãe, que brigava, mas acredito que era só para inglês ver.

Enfim, procurando minha turma desde pequena sem encontrar, comecei a perguntar para as estrelas quando viriam me buscar, a partir dos 7 anos eu tinha certeza, que a cegonha havia me deixado no planeta errado.


		Muito prazer, sou Luciana!
Gauguin. Imagem: Reprodução

Tio Rogério, que eu também acreditava que tivesse caído no planeta errado, um dia me deu livros de arte, lembro bem, de Toulouse Lautrec e Paul Gauguin.

Minha mente e coração se abriram ali, li e reli muitas vezes, e percebi finalmente que podia buscar nas Bibliotecas por mais livros assim.

Foi mais ou menos nessa época que encontrei a Divina Comédia de Dante Alighieri, e mergulhei naquele mundo, que me encantava e dava medo ao mesmo tempo. Acredito que decidi ser boa ali, certamente.

Não queria ir parar nas terras umbralinas descritas.

Foi só a partir da arte, em todas as suas formas, que me encontrei nesse tempo e lugar.


		Muito prazer, sou Luciana!
Divina Comédia. Imagem: Reprodução

Sigo me procurando, perdendo, reconstruindo, morrendo e encontrando.

Passei por histórias tão surreais que uma amiga sempre diz, Lu; só Spielberg.

Joana essa amiga e irmã na vida, falou esses dias que meu roteiro era muito mal escrito, rimos um bocado e eu corrigi.

Não, meu roteiro é maravilhoso! Tive a sorte de viver e conhecer uma beleza que a maioria dos que conheço, não percebem.

Aprendi a olhar e ver com o coração, aprendi por ser bem deslocada na minha família, a prestar atenção a todos que também eram, conheci assim a empatia.

Senti frio, fome, medo, preguiça, tive inveja, gratidão, fui generosa, fui mesquinha, me apaixonei, desapaixonei, casei, separei, perdi um útero, ovário, virei uma colcha de retalhos, criei grupos, cooperativas, desfiz, fali, reabri, me ressignifiquei, me despedi.

Sinto saudade de muitos que se foram, alguns que eu mesma expulsei, me arrependi, adoeci, me curei, quebrei, remendei.

Cantei, chorei, me despi agora para lembrar a todos, todas e todis , que a vida de ninguém é totalmente o que parece ser. Que todos nós sofremos, erramos, escolhemos melhor, ensinamos, ansiamos, buscamos, mentimos, aprendemos ou não.

Que a vida é feita de escolhas e que escolhi ainda não desistir.

Talvez não tenha sido a primeira em algo importante como sonhei, mas fui tudo aquilo que consegui ser.

Tentando ser a melhor versão que consegui ser, ou pedaços de quem admiro e escolhi carregar como exemplo.

Espero que você que me lê, veja eu sendo parte de você, porque de fato somos todos parte de um Plano Maior, de uma teia, de uma Egrégora, Merkabah, Mônada ou sei lá.

Somos todos interligados e a beleza que você vê no outro, está na verdade dentro de si. O oposto disso também.

Muito prazer, me chamo Luciana.

E todas as linhas que escrevi na vida até aqui.

Sim, até as partes ruins, elas me ensinaram um bocado a procurar uma versão melhor de mim.

*Este é um conteúdo independente e não representa, necessariamente, a opinião da Orbi.

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