COLUNA: IMAGEM E ESTILO
Dia da Mulher: luta não pode parar, mas há tanto o que se comemorar
E a moda, como instrumento social, também esteve muito presente em diversas das nossas conquistas

No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher e, apesar de ainda termos um longo caminho a ser percorrido, é importante também lembrarmos de todas as nossas conquistas até aqui.
E a moda, como instrumento social, também esteve muito presente em diversas das nossas conquistas.
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Somente em 1827 as mulheres conquistaram o direito de frequentar as escolas, mas tinham uma grade um tanto quanto diferente dos homens. No currículo escolar de uma mulher, havia prendas domésticas, corte, costura e bordado.
A moda era vista como fútil e um interesse exclusivo das mulheres, tanto é que em 1852 foi fundado, no Rio de Janeiro, o jornal das mulheres, que tratava sobre moda, literatura e artes.
Somente em 1907 surgiram roupas de banho como biquínis e mesmo assim sob muito protesto, intenso assédio e preconceito.
O pior: até 1920, as mulheres só vestiam saias e vestidos. Foi somente nesse ano, ainda no efeito do pós-Primeira Guerra Mundial, que as mulheres conquistaram o direito de usarem calças – aliás, a Coco Chanel teve um papel superimportante para a conquista desse direito. Na França, uma lei instaurada em 1800 exigia que mulheres que quisessem se vestir “como homens” pedissem permissão para a polícia. Na virada do século 20, foi adotada uma emenda, permitindo que as mulheres usassem calças em duas situações: "se estiverem segurando um guidão de uma bicicleta ou as rédeas de um cavalo". Pasmem, essa lei só foi revogada completamente em 2013, por mais que ainda não se fizesse valer no cotidiano. Até mesmo conseguir vestir uma calça em paz hoje em dia é uma conquista a ser comemorada.
Somente em 1932, sob muito protesto feminista, as mulheres conquistaram o direito ao voto. Em 1934, tivemos a primeira mulher negra eleita como deputada no Brasil. Esses movimentos tiveram um papel significante tanto nos direitos das mulheres quanto na moda. Os protestos foram marcados pela cor lilás e inspiram o movimento até hoje. Quando uma mulher assume uma função política e usa o lilás, ela se veste, também, com uma simbologia enorme. Simboliza o reconhecimento do movimento sufragista pelo direito ao voto e demostra todo seu apoio e intenção com o movimento em defesa dos direitos das mulheres. Recentemente, tivemos a Kamala Harris e Michelle Obama usando essas cores na posse do presidente Joe Biden.
É óbvio que ainda há muito o que se conquistar, tanto na moda, quanto como indivíduos na sociedade. Mas é sempre bom relembrar o quanto outras mulheres lutaram para que possamos, hoje, discutir qual tipo de calça faz mais o seu estilo, sobre qual cor de biquíni vai te valorizar ainda mais, como adotar uma imagem mais estratégica no ambiente de trabalho ou até mesmo por optarmos por estudar corte e costura na faculdade.
É sobre direito e poder de escolha que por muito tempo nos foi cerceado.
Tenho orgulho de todas as mulheres que lutaram por direitos que temos hoje. Não podemos parar!
* Este é um conteúdo independente e não reflete, necessariamente, a opinião da Orbi.