OPINIÃO
Você pode ser pago para pedalar!
Conheça iniciativas pelo mundo que incentivam o uso da bicicleta
E não estamos falando de ciclismo esportivo profissional ou de entregas de bicicleta, estamos falando de ir ao trabalho ou simplesmente pedalar por lazer. Vários países têm incentivado sua população a usar a bicicleta como meio de transporte. É fácil compreender como o cidadão que pedala ajuda a reduzir gastos públicos.
Os subsídios para compra de bicicletas ficaram populares em países como a Itália, que cobria até 60% do valor de uma bicicleta, desde que o auxílio não ultrapassasse 500 euros. Atualmente o subsídio pode chegar a 750 euros (R$ 2.700, aproximadamente) por cidadão italiano, sendo feito por abatimento no Imposto de Renda.
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A Lituânia chega a oferecer até US$ 1.200 (R$ 6.000) para que seus cidadãos troquem o carro por uma bicicleta. Na França, o governo ofereceu a cerca de 1 milhão de franceses, 50 euros (R$ 275) para recuperar bicicletas fora de uso durante a pandemia e atualmente oferece até 4000 euros (R$ 22 mil) para a troca de um carro por uma bicicleta.
Na Holanda, o governo paga 0,21 centavos de euro (R$ 1,15) para cada quilômetro que você percorre de bici ao trabalho. Esse valor vai subir para 0,23 centavos (R$1,26) em breve. Se gostou do programa holandês, o belga é ainda melhor. Paga 0,24 centavos de euro (R$ 1,32) por quilômetro!
Na Inglaterra, o programa Cycle2Work financia a compra de bicicletas e acessórios como cadeados e capacetes em até 12x descontados no salário e com subsídio de até 39% no preço do produto.
Já Portugal tem investido fortemente em sua indústria de bicicletas, e criou polos industriais que elevaram o país a maior fabricante de “biclas” (apelido das magrelas no país) no velho continente. Além do incentivo industrial, o IVA, imposto sobre consumo, foi reduzido para bikes e produtos relacionados a ela de 23% para apenas 6%, o que faz com que até cidadãos de outros países europeus comprem suas “biclas” em terras lusitanas.
Em paralelo, várias capitais europeias muito populosas, como Madri, Paris, Roma ou Londres, sobretaxam o uso de veículos em suas regiões centrais. Londres, por exemplo, cobra 15 libras para um carro adentrar “downtown”. Hoje, seriam R$ 95 de taxa.
E no Brasil?
Em São Paulo, o ex-vereador Police Neto aprovou em 2016 um projeto muito interessante que dirigia valores destinados ao vale-transporte do trabalhador para um cartão de crédito que permitiria o consumo de produtos e serviços relacionados à bicicleta. Porém, a regulamentação que deveria vir pelo executivo municipal nunca aconteceu. Resta, segundo Police, aguardar que o Ministério Público faça sua parte exigindo da prefeitura a implantação da lei.
No Congresso Nacional, enquanto eu escrevia esse texto, 198 assinaturas foram atingidas para aprovar a Frente Parlamentar em Defesa do Ciclista e da Economia da Bicicleta. A proposta foi feita pelo deputado carioca Juninho do Pneu e outros sete parlamentares. Quem sabe iniciativas como a possibilidade de direcionamento do recurso do Vale Transporte do trabalhador para compra e manutenção de bicicletas possam ser levadas ao plano nacional. Com mais sorte, podemos ter recursos para te pagar para pedalar.
Por enquanto, a solução é mudar de país. Mas ,como diz o chavão, que tal você ajudar a mudar o nosso país? Pressione o seu deputado para que ele faça propostas no parlamento voltadas para a mobilidade ativa.
P.S.: Se você conhece outras iniciativas em cidades brasileiras para incentivar o uso da bicicleta, conte nos comentários dessa postagem no nosso Insta.
* Este é um conteúdo independente e não reflete, necessariamente, a opinião da Orbi.
