COLUNA DO SABINO
A trágica história do Dia da Marmota... no Brasil
Todo ano, tem gente que fica sem casa, sem roupa, sem nada

Parece notícia velha, repetida.
E todos os anos, a gente se emociona, xinga os políticos.
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E todo ano, tem gente que fica sem casa, sem roupa, sem nada... morre!
Não muda.
As tragédias das chuvas acontecem ora aqui, ora ali pelo Brasil. Mas tenha uma certeza: acontecem e, se acontecem, nossos representantes não fizerem a parte deles.
A única diferença para o Dia da Marmota, é que lá nos EUA, desde o século XIX, o dia festivo serve para saber se o inverno está acabando ou não, com base na reação de uma marmota.
Aqui, nós, as marmotas, não reagimos. E verão após verão, choramos pelas vítimas.
Mas esquecemos delas na hora do voto.
Aliás, esta coluna, que se dedica a temas políticos, hoje fala de Governo.
Assim mesmo, Governo com G maiúsculo.
Governo existe para cuidar das pessoas, acolhê-las e suprir suas necessidades, quando não conseguem sobreviver por conta própria.
Essa é regra: pagam mais impostos os que vivem em melhores condições, para que o Governo proteja quem tem menos.
Em São Sebastião temos os royalties do Petróleo, por exemplo. Onde está este dinheiro?
O gato comeu... ou a marmota roeu?
Ninguém é responsabilizado?
Ao escrever este texto, já são cerca de 50 mortes no Litoral Norte de São Paulo.
Foi só chuva forte? Foi só culpa de quem mora em áreas perigosas e sabe disso?
Ou foi homicídio?
Aprendemos na Faculdade de Direito, que homicídio pode ser culposo. O que é isso?
Quando alguém o comete por negligência, imprudência ou imperícia.
Lógico que foi negligência!
Ora, então cadê o Ministério Público?
Cadê a tão diligente Justiça?
A não ser que, como também diz o Código Penal, possa até ser dolo.
Afinal, qual governante, assim mesmo, com g minúsculo, deixa de investir para evitar mortes? Se o faz, está assumindo o risco do pior acontecer.
Espero que desta vez não fique por isso mesmo. Ou melhor: espero que não haja a próxima vez.
PS: Não se pode falar nada dos governos atuais: prefeito do PSDB, governador do Republicanos e presidente do Brasil do PT trabalham – e bem - juntos pelas vítimas. É o mínimo que se poderia esperar. Mas isso não acontecia antes.
* Este é um conteúdo independente e não reflete, necessariamente, a opinião da Orbi.