OPINIÃO
Dia da Imigração Judaica, com mix de culturas e sabores
Dia 18 de março, comemora-se o Dia da Imigração Judaica no Brasil onde, segundo o Censo de 2010, vivem 107. 329 judeus
Dia 18 de março, comemora-se o Dia da Imigração Judaica no Brasil onde, segundo o Censo de 2010, vivem 107. 329 judeus, sendo a maior comunidade judaica na América Latina e a 11ª no mundo.
Com a obrigatoriedade de conversão ao cristianismo, imposta pelos Reis Católicos da Espanha, Isabel de Castela e Felipe de Aragão, em 1492, os judeus espanhóis migraram para alguns países próximos, incluindo Portugal de onde alguns, por volta de 1540, vieram para o Brasil.
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A liberdade para a prática do judaísmo na colônia só foi garantida muitos anos depois, com a Constituição do Império, de 1824, o que gerou um aumento no fluxo migratório.
No início pouco familiarizados com os costumes brasileiros, os imigrantes judeus fundaram jornais, bibliotecas, escolas, sinagogas e associações; participaram de agremiações político-partidárias, atentos em criar instituições com o papel de acolher, unir e fortalecer a comunidade judaica brasileira.
E que sorte a nossa de poder conviver com esta cultura tão rica! Vamos começar as dicas de hoje pelo estômago, pois adoramos comer, como vocês sabem!
Conhecíamos a @kezpadaria como casa de bagels e descobrimos que tem muitas outras opções deliciosas! Eles servem lanches, brunch e tem uma vitrine recheada de gostosuras: baguetes, croissants, donuts lindos, pain au chocolate, babka (um pão doce trançado, originário das comunidades judaicas da Polônia, Ucrânia e Rússia), dentre outros.
Há 30 anos no mesmo local, servindo comida judaica tradicional, a @shoshana_delishop quase fechou as portas. Mas um grupo de almas generosas se juntou para evitar a perda desse patrimônio imaterial da cidade. Em março de 2022, o local reabriu, mantendo a tradição e, ao mesmo tempo, trazendo novidades pelas mãos do chef Fred Caffarena, especializado na gastronomia do Oriente Médio.
De entrada pedimos o gefilte Fish (bolinho de carne de peixe moída, cozido no caldo de peixe), acompanhado de chreim (molho de raiz forte com beterraba). Seguimos com os varenikes (massa recheada de batata com cebola frita por cima), servido com creme azedo e o schnitzel (filé de frango empanado) com três saladas. Oferecem também a opção de berinjela. De sobremesa, provamos a laranja do kibutz (açúcar de cardamomo por cima, brulée, água de laranjeira e farofa do biscoito de azeite).
Às sextas-feiras, o cardápio junta a comida judaica e a cultura botequeira paulistana, com opções especiais. Eu, que conheci o restaurante original, fundado pelo casal Adi e Shoshana Baruch, me enchi de alegria ao ver o espaço repaginado e ao mesmo tempo mantendo suas raízes. Que possamos acompanhar mais iniciativas assim na cidade! Não deixem de visitar!
Continuando no tema tradição, recomendamos uma visita à @casazilanna, empório especializado na culinária judaica que, desde 1972, oferece várias opções, tais como: matzá (pão sem fermento, consumido principalmente no Pessach), varenique (massa recheada de batata e coberta com cebola frita), além de vários produtos com o selo kosher.
O roteiro só ficaria completo com a indicação do @museujudaicosp, que fica no prédio em estilo bizantino que abrigava uma antiga sinagoga. Durante a visita é possível se conectar com uma miríade de aspectos da história e da cultura dos judeus no Brasil e no mundo.
O museu oferece exposições de longa duração e outras temporárias, além do setor educativo e do Centro de Memória, com mais de dois mil itens catalogados, entre documentos, publicações, objetos e raridades, trazidos nas malas dos imigrantes.
*Este é um conteúdo independente e não reflete, necessariamente, a opinião da Orbi
