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Meu amigo é o bicho!

COLUNA: MEU AMIGO É O BICHO!

Conheça Bob Fernandes, o vira-lata caramelo reprovado pela creche

O cachorro viralizou nas redes sociais após a "mãe bichológica" ter feito um post indignado contando que Bob foi reprovado

Meu amigo é o bicho! 14/03/2023 - 12:11 Atualizada em 14/03/2023 - 15:48

		Conheça Bob Fernandes, o vira-lata caramelo reprovado pela creche
Conheça Bob Fernandes, o vira-lata caramelo reprovado pela creche. Imagem: Arquivo Pessoal

Você já deve ter visto foto ou ouvido falar do Bob Fernandes em algum momento das últimas semanas. Não, não estou me referindo ao jornalista, mas ao doguinho vira-lata caramelo de 2 anos que viralizou na internet após a “mãe bichológica” ter feito um post indignado contando que o Bob foi reprovado na creche. Isso mesmo!

É que o Bob não passou no teste da nova creche que frequentaria em uma cidade do Rio Grande do Sul para onde a família se mudou recentemente por motivos profissionais da tutora/mãe. Ao agir meio “fora da caixinha” no comportamento que a creche esperava, o cãozinho não passou nos “testes” e acabou não sendo aceito como “aluno”.


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Nem sempre foi assim, muito pelo contrário: Bob era do tipo popular na antiga creche que frequentava em Campo Grande (MS), sendo muito querido por humanos e pelos amigos animais. A “escolinha”, aliás, do Bob na cidade natal fez questão de manifestar-se igualmente indignada com o ocorrido comentando o quanto ele era amável e de fácil convivência quando seus limites eram respeitados.


		Conheça Bob Fernandes, o vira-lata caramelo reprovado pela creche
Conheça Bob Fernandes, o vira-lata caramelo reprovado pela creche. Imagem: Arquivo Pessoal

Ex-amigos

À coluna, a proprietária da Personal Pets CG, Ana Clara Rosa Balbé, de Campo Grande, disse que nunca teve problemas de comportamento com o Bob. “Identificamos desde o início que ele adorava brincar com outros cães, especialmente de correr, caçar os petiscos e roer os brinquedos.”

Ela também afirmou que a equipe percebeu que ele não gostava muito de ser tocado e o limite do cãozinho sempre foi respeitado. “Ele aceitava carinho, interagia muito com as monitoras, mas na hora que ele pedia. Também notamos que ele sentia um desconforto quando tinha algum homem dentro do pátio, como um prestador de serviço, já que trabalhamos só com mulheres.”

Na opinião de Ana Clara, esses podem ter sido os detalhes que fizeram diferença na avaliação de Bob na outra creche. “Ele pode se dar muito bem em um local que consiga respeitar esse espaço dele”, disse.

Fernanda, a tutora, confirmou exatamente o que a proprietária da creche contou. “Apesar de ser dócil, ele não gosta de muito contato. E quando tentam ficar passando demais a mão, ele rosna, faz aquele movimento que faz que vai avançar, mas não avança. Ele nunca mordeu ninguém, mas como dá aquela rosnada e é um cachorro de porte médio, pode assustar um pouco quem não conhece ou tem medo de cachorro. Tirando isso, ele é super tranquilo e com outros cachorros também se dá muito bem.”

Frequentar uma creche, aliás, foi recomendação do veterinário da família para que Bob gastasse toda a energia acumulada, típica de um jovem cãozinho. Ao mudar-se para a cidade nova, porém, onde a família optou por morar em um apartamento ao invés de uma casa, as questões relacionadas à energia não gasta voltaram à tona e foi aí que a família decidiu procurar por uma nova creche.


		Conheça Bob Fernandes, o vira-lata caramelo reprovado pela creche
Conheça Bob Fernandes, o vira-lata caramelo reprovado pela creche. Imagem: Arquivo Pessoal

Cada um com seus critérios

Guilherme Fernandes, CEO da Dogs Play, de São Paulo, que não tem nada a ver com a história do Bob, explica que cada creche tem os seus critérios para a reprovação. “Quando você for procurar uma creche para matricular o seu pet, é importante tirar todas as suas dúvidas quanto à metodologia de trabalho. Geralmente as creches avaliam se o cão apresenta algum sinal de agressividade com os outros cães e com os monitores. Dependendo de como for esse comportamento, algumas creches podem fazer um período de adaptação com esse cão para ver se ele melhora.”

Ele também fez questão de ressaltar que as creches são responsáveis pela saúde e bem-estar de todos os cães que cuidam e que, por isso, não podem correr o risco de ter um cão que pode começar uma briga e machucar algum outro aluno. “Existem creches que oferecem o serviço de treinar os cães, porém, o trabalho da maioria é de promover um ambiente para os cães passarem o dia se divertindo. Geralmente o trabalho de treinar e ensinar o cachorro é feito em casa e, caso necessário, com a ajuda de um adestrador comportamentalista”, afirmou.


		Conheça Bob Fernandes, o vira-lata caramelo reprovado pela creche
Conheça Bob Fernandes, o vira-lata caramelo reprovado pela creche. Imagem: Arquivo Pessoal

Socialização é o segredo do sucesso

O comportamentalista canino e adestrador, Rapha Aleixo, ensina que é preciso fazer uma boa socialização, ou seja, integrar os cães a indivíduos e ambientes diferentes para que eles possam conviver com outros doguinhos e humanos em locais como as creches, por exemplo.

“O importante é que o tutor, pai ou mãe do cachorro, tenha noção de que aquilo (reprovação) foi para o bem tanto para o cão dele quanto para o cão de outras pessoas. Além disso, é importante que a creche, quando for reprovar o animal, explique o porquê da reprovação e não simplesmente dizer que o cão foi reprovado. Aí, baseado nessa explicação, o tutor pode ir atrás de uma modelagem comportamental”, disse Rapha.

Questionado sobre a possibilidade de os problemas surgirem na mesma proporção em que se aumentam os processos de humanização, o comportamentalista afirma que as questões aparecem em sua maioria em cãezinhos sem atividade física e que não são apresentados a comportamentos naturais.

“Principalmente pelo fato de cada vez mais a verticalização existir. Antes, cães que viviam em casas e faziam passeios diariamente, hoje vivem presos dentro de apartamentos e, de lá, para suas creches. Eles perderam aquele momento de exploração, deslocamento e estímulos de caça. Muitos cães são jogados dentro de um quintal e de lá só saem para ir ao veterinário ou para qualquer outra coisa. Sem dúvidas, o grande problema comportamental de todos os cães está ligado à forma pela qual eles são tratados pelos tutores.”

Por acreditar que locais chamados de creches ou escolas remetem a crianças e, principalmente, a humanização dos animais, Rapha tem um espaço chamado Dog Lion Park.

“Por lá exploramos quase tudo e levamos em consideração os comportamentos naturais dos cães. Todas as atividades propostas não são voltadas à humanização, mas sim às necessidades de cada tipo de cachorro e respeitando a espécie canina.”

No Dog Lion Park também é feito um processo de seleção, mas os cães que apresentam problemas são separados em virtude de o espaço ser grande. “As reprovações feitas pelo nosso espaço são de cães agressivos com pessoas e com outros cães. Caso exista outro problema, fazemos um trabalho de educação e modelagem comportamental”. O serviço é extra e cobrado separadamente.


		Conheça Bob Fernandes, o vira-lata caramelo reprovado pela creche
Conheça Bob Fernandes, o vira-lata caramelo reprovado pela creche. Imagem: Arquivo Pessoal

Afinal, e o Bob?

Após a reprovação e o sucesso meteórico nas redes, Bob está em fase de aprovação em uma nova creche que promete respeitar os limites do cãozinho e fazer feliz os novos amigos, tutores e, principalmente, o Bob.

Nós ficamos aqui na torcida pelo melhor para o simpático doguinho com nome de jornalista famoso. A tutora promete contar tudo pelas redes do Bob e você pode ir lá prestar solidariedade aos pais e ao vira-lata caramelo, além de ajudar essa história a se espalhar redes afora.

O sobrenome da tutora, o nome do tutor e o da creche que reprovou o Bob foram omitidos deste texto, a pedido dos próprios humanos, para que ninguém sofra consequências indesejadas em virtude da super exposição. O sobrenome Fernandes do Bob é mesmo uma homenagem completa ao Bob Fernandes, o jornalista.

*Este é um conteúdo independente e não reflete, necessariamente, a opinião da Orbi

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